A VERDADE SOBRE A CRIAÇÃO DE FILHOTES PARA VENDA EM FLORIANÓPOLIS (por Nelson Bronca)
Numa medida acertada, tomada pela Prefeitura de Florianópolis, as Pet Shops do município foram proibidas de comercializar filhotes de animais de estimação.
Entretanto essa comercialização continua existindo, seja por ação direta de algumas pets, que “encaminham” os interessados aos “criadores”, (e, lógico, ficando com boa parte do valor da venda) ou por outros artifícios, como anúncios em jornais, etc.. Todas, portanto, ao arrepio da lei. Todas ilegais e usando de má-fé.
Mas todas também com um único propósito: manter viva essa “fábrica de filhotes”, que nada mais é do que uma indescritível sucessão de maus tratos, crueldades e sofrimentos para os animais.O objetivo único de arriscar-se a esse submundo é exclusivamente abocanhar o enorme lucro que essa “indústria” proporciona, e que só continua existindo graças ao desconhecimento do grande público sobre como elas funcionam.
Quem vê um lindo filhote exposto numa vitrine para venda não imagina a quanta maldade e sofrimento muitos animais foram submetidos até aquele filhote chegar ali.
O que poucos sabem é o submundo cruel que existe por trás desses “criadores”.
Para quem olha na vitrine, aquele filhote fofo desperta os melhores sentimentos, mas para os criadores eles são apenas um “produto” a ser “colhido e comercializado”, como é um repolho para um agricultor. Se estivesse com algum defeito, teria sido sumariamente descartado antes de chegar lá.
O que existe é um grupo de pessoas lucrando à custa dos animais, cujas condições em que vivem são guiadas por um único objetivo: obter o maior lucro possível.
Eles não têm nenhuma preocupação por estar cruzando pai e filha, irmão e irmã, mãe e filho.
O cruzamento consangüíneo é habito comum entre os criadores de filhotes, e essa é uma das razões pelas quais os chamados cães “de raça” (denominação absolutamente inadequada) são os que mais apresentam problemas de saúde, fragilidades físicas e doenças genéticas, algumas só se manifestando e causando muito sofrimento depois que se tornam adultos.
Mesmo quando criadas em sítios enormes, as fêmeas “reprodutoras” jamais conseguem viver uma só vez a experiência que tanto alegra um cão, que é pisar e correr num espaço amplo.
Ainda que tivessem a oportunidade, a maioria sequer teria condições de caminhar, muito menos correr em um local espaçoso ou num gramado, tal a fragilidade dos seus músculos atrofiados, depois de uma vida inteira presas em gaiolas imundas, apertadas e fétidas, ali mantidas com a única missão que preocupa o seu dono: proporcionar lucros.
O máximo que conseguem de movimentos é dar a volta sobre si mesmas, dentro das gaiolas, quase sempre expostas ao frio ou calor extremos.
Sol, nem pensar.
Quando latem muito, geralmente por causa do desconforto em que vivem, são freqüentemente punidas, em alguns casos até com procedimentos para danificar suas cordas vocais, para que deixem de “perturbar”.
Quando não servem mais ao propósito do “criador”, depois de muitas vezes gerar 150 ou 200 filhotes no decorrer de sua vida fértil, cheias de tumores ou outras deficiências causadas pelas gestações continuadas durante anos, sem qualquer intervalo, são sacrificadas, abandonadas nas ruas ou “doadas” quase sempre para quem não tem condições de lhes prestar atendimento.
Da mesma maneira que uma árvore frutífera é derrubada quando não produz mais frutos.
Ou como se descarta o bagaço de uma laranja da qual já se extraiu o suco.
Provavelmente poucas fêmeas têm a oportunidade de conhecer um veterinário numa consulta em sua vida inteira: se adoecem, já começam a dar “prejuízos”, e aí são descartadas e substituídas por outras mais “jovens e sadias”.
Como apenas um macho é suficiente para cruzar até 20 fêmeas férteis, as fêmeas que nascem são mais valorizadas, pois logo podem se converter em fonte de lucro ainda maior.
É só a procura por filhotes crescer para que novas fêmeas sejam postas a reproduzir, cruzando com pais ou irmãos, repetindo todo esse ciclo cruel até o fim de sua vida.
Por isso os machos sempre são mais baratos na hora de comprar.
Quando alguém passa a ter um animal, a primeira providência é dar-lhe um nome carinhoso.
Entre os criadores, mesmo estando com eles muitos e muitos anos, o animal geralmente não tem nome.
Quando nascem filhotes na ninhada com algum defeito congênito, ou mesmo com leves imperfeições, não sendo “vendável”, ele é descartado imediatamente (leia-se “morto”), porque “só vai dar prejuízo”.
ASSIM FUNCIONA O MUNDO DE ‘CRIADORES’ DE FILHOTES PARA VENDA!
Embora esse texto mencione uma situação específica, seu conteúdo se aplica a qualquer lugar onde haja criação e venda de filhotes.
A referencia ao município de Florianópolis é colocada como exemplo de que o poder público pode e deve começar a interferir na questão.
Obviamente que apenas criar uma lei proibindo a venda de filhotes não resolve esse problema. Somente a rigorosa fiscalização para o seu cumprimento e a severa repressão das ações que tentam burlá-la é que trará resultados concretos. TODAS AS PESSOAS QUE LUTAM PELA PROTEÇÃO ANIMAL DEVEM INFORMAR E ALERTAR A POPULAÇÃO SOBRE O SOFRIMENTO QUE ESTÁ INFLIGINDO AOS ANIMAIS QUANDO COMPRA UM FILHOTE
Senti na pele a falta de informação, meu filhote de schinauzer morreu com 37 dias, vitima de cinomose, tinham feito uma unica dose e ele já estava com 3 meses. Feira de filhotes nunca mais. Nao recomendo, talvez se eu tivesse lido esta matéria antes, nao teria comprado. Foi puro sofrimento.
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